Este Blog tem a finalidade de discutir assuntos de varios interesses à luz da Filosofia.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
O TEMPO
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QUADRINHOS
domingo, 25 de dezembro de 2011
Nietzsche
O Caminho da Felicidade
Um sábio
perguntava a um louco qual era o caminho da felicidade. O louco
respondeu-lhe imediatamente, como alguém a quem se pergunta o caminho da
cidade vizinha: «Admira-te a ti mesmo e vive na rua». «Alto lá»,
exclamou o sábio, «pedes demais, basta já que nos admiremos!» E o louco
respondeu logo: «Mas como admirar sem cessar se não nos desprezarmos
constantemente?»
Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Os Vários Tipos de Amor
Os Vários Tipos de Amor
Parece-me que
podemos, com maior razão, distinguir o amor em função da estima que
temos pelo que amamos, em comparação com nós mesmos. Pois quando
estimamos o objecto do nosso amor menos que a nós mesmos, temos por ele
apenas uma simples afeição; quando o estimamos tanto quanto a nós
mesmos, a isso se chama amizade; e quando o estimamos mais, a paixão que
temos pode ser denominada como devoção. Assim, podemos te afeição por
uma flor, por um pássaro, por um cavalo; porém, a menos que o nosso
espírito seja muito desajustado, apenas por seres humanos podemos ter
amizade. E de tal maneira eles são objecto dessa paixão que não há homem
tão imperfeito que não possamos ter por ele uma amizade muito perfeita,
quando pensamos que somos amados por ele e quando temos a alma
verdadeiramente nobre e generosa. Quanto à devoção, o seu principal
objecto é sem dúvida a soberana divindade, da qual não poderíamos deixar
de ser devotos quando a conhecemos como se deve conhecer. Mas também
podemos ter devoção pelo nosso príncipe, pelo nosso país, pela nossa
cidade, e mesmo por um homem particular quando o estimamos muito mais
que a nós mesmos. Ora, a diferença que há entre esses três tipos de amor
manifesta-se principalmente pelos seus efeitos; pois, como em todos nos
consideramos juntos e unidos à coisa amada, estamos sempre dispostos a
abandonar a menor parte do todo que compomos com ela, para conservar a
outra.
Isto leva-nos, na simples afeição, a sempre nos preferirmos ao que amamos; e, na devoção, ao contrário, a preferirmos a coisa amada e não a nós mesmos, de tal forma que não hesitamos em morrer para a conservar. Frequentemente se viram exemplos disso, nos que se expuseram à morte certa para defender o seu príncipe ou a sua cidade, e mesmo às vezes pessoas particulares às quais se tinham devotado por inteiro.
Isto leva-nos, na simples afeição, a sempre nos preferirmos ao que amamos; e, na devoção, ao contrário, a preferirmos a coisa amada e não a nós mesmos, de tal forma que não hesitamos em morrer para a conservar. Frequentemente se viram exemplos disso, nos que se expuseram à morte certa para defender o seu príncipe ou a sua cidade, e mesmo às vezes pessoas particulares às quais se tinham devotado por inteiro.
René Descartes, in 'As Paixões da Alma'
domingo, 18 de dezembro de 2011
EPICTETO
é Incompreendido pelos Outros.
Se desejas ser bem
sucedido, resigna-te, caro, face às coisas exteriores... Mesmo que saibas, não mostres qualquer
saber; e se alguns te consideram alguém, desafia-te a ti próprio e
desconfia de ti. Que saibas sempre, na verdade, que não é fácil de
preservar a vontade em conformidade com a natureza, pois que,
simultaneamente, sempre nos inquietamos com as solicitações do exterior.
Ora que fazer? Só uma regra necessária se impõe: quando nos ocupamos da
vontade tendo a natureza por fundo (e nossa íntima intenção) só a uma
coisa nos podemos obrigar - evitar qualquer desvio daquele nosso
primeiro propósito.
Epicteto, in 'Manual'
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sábado, 17 de dezembro de 2011
A
IMPORTANCIA DO CONCEITO NO DISCURSO FILOSOFICO
A filosofia nasceu a
partir do espanto, da admiração e da busca de conceitos. Porém, para Sócrates
não era atividade fácil familiarizar-se com os conceitos, visto que a maioria
absoluta das pessoas estava acostumada a receber passivamente os conceitos
dados ou construídos por outrem. Mas, na filosofia o papel da reflexão e da
construção de conceitos é uma atividade extremamente necessária. A passividade
é inimiga desse processo, já que se não houver refutação ou argumentação
(antilógica) não haverá construção, apenas repetições.
Os sofistas
preocuparam-se com a retórica, isto é, com o poder da argumentação e da
persuasão. Aristóteles, por sua vez, não se contentou e buscou a formulação e
estruturação de um discurso válido que podemos denominar de silogismo. Esse
processo de diferenciação foi fundamental para a ciência que se utiliza de
conceitos e discursos.
Tanto a
filosofia quanto a ciência necessitam do campo conceitual para formular suas
teorias e teses. A investigação de pesquisadores e o desenvolvimento de teorias dentro de uma
determinada cultura dependem da capacidade de diferenciar os conceitos teóricos
que determinam a praxis científica e social. A atividade filosófica será essencial
porque estará baseada na tentativa de elucidar os significados dos conceitos e sua
validade universal.
OS conceitos na
filosofia são imprescindíveis porque sem eles não conseguiríamos ultrapassar as
barreiras do mundo material/ sensível. Com eles pode-se elaborar uma metafísica
que promoveria a integração da vida material com a alma (ou intelecto). Deste
modo, o conceito assume a forma de necessidade universal, sem ele não
poderíamos sequer existir enquanto ser racional e, por isso, estaríamos impedidos
de filosofar e de atribuir significado às coisas. O conceito é o principal
alimento da reflexão filosófica.
domingo, 11 de dezembro de 2011
A Felicidade pela Renúncia
A Felicidade pela Renúncia
A felicidade é um
estado de satisfação da alma, expressão de harmonia total entre as
nossas aspirações e as realidades da vida. E por isso julgo mais simples
atingir a felicidade pela renúncia do que pela procura e satisfação de
necessidades sempre mais numerosas e intensas. A busca da felicidade
exige, com efeito, supomos nós, um contínuo estado de insatisfação.
António de Oliveira Salazar, in 'Férias com Salazar
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sábado, 10 de dezembro de 2011
O
computador manipula dados ou conhecimentos?
O
conhecimento sempre esteve em pauta na história da filosofia que se debruçou
prioritariamente na busca de sentido para os vários questionamentos humanos. O
desafio para muitos filósofos é a busca de fundamentos para tudo o que o ser
humano conhece. Uns acreditam que o sensível ou o inteligível ou os dois são a
origem do conhecimento. A grande definição deste termo é elaborada por Platão
na Grécia clássica, segundo ele o conhecimento provém de uma crença verdadeira
e justificada. Já para Aristóteles este
conceito pode ser subdividido em três áreas diversas: científica, prática e
técnica.
Porém, além dos
conceitos dados por Platão e Aristóteles existe uma diversidade muito grande de
tipos de conhecimentos produzidos pela humanidade: sensorial, intelectual,
popular, cientifico, filosófico, teológico, intuitivo.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
ADORNO
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domingo, 4 de dezembro de 2011
Karl Jaspers
A ânsia de uma orientação
filosófica da vida nasce da obscuridade em que cada um se encontra, do
desamparo que sente quando, em carência de amor, fica o vazio, do
esquecimento de si quando, devorado pelo afadigamento, súbito acorda
assustado e pergunta: que sou eu, que estou descurando, que deverei
fazer?
O homem
precisa de se arrancar a si próprio para não se perder no mundo e em
hábitos, em irreflectidas trivialidades e rotinas fixas...
Filosofar é decidirmo-nos a despertar em nós a origem, é reencontrarmo-nos e agir, ajudando-nos a nós próprios com todas as forças...
Filosofar é decidirmo-nos a despertar em nós a origem, é reencontrarmo-nos e agir, ajudando-nos a nós próprios com todas as forças...
Orientar filosoficamente a
vida não é esquecer, é assimilar, não é desviar-se, é recriar
intimamente, não é julgar tudo resolvido, é clarificar...
São dois os seus caminhos: a meditação solitária por todos os meios de consciencialização e a comunicação com o semelhante por todos os meios da recíproca compreensão, no convívio da acção, do colóquio ou do silêncio.
São dois os seus caminhos: a meditação solitária por todos os meios de consciencialização e a comunicação com o semelhante por todos os meios da recíproca compreensão, no convívio da acção, do colóquio ou do silêncio.
Karl Jaspers, in 'Iniciação Filosófica'
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sábado, 3 de dezembro de 2011
É possível ensinar a virtude cívica?
É
possível ensinar a virtude cívica?
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É possível preparar alguém para o exercício
da cidadania através da educação?
Na Grécia antiga houve
embates muitos fortes entre aqueles que se consideravam filósofos e os que
foram chamados de sofistas. Porém, tanto estes quanto aqueles tinham uma preocupação
filosófica: o uso da razão para um determinado fim. No caso dos sofistas a
preocupação era o treino e o estudo das habilidades da fala, da argumentação
(mundo da doxa). Já os “filósofos propriamente ditos” buscavam o conhecimento
verdadeiro (a episteme, como os gregos a conheciam).
Diante do exposto acima,
resta-nos a seguinte questão: é possível ensinar a virtude cívica? Antes de
responder a esta pergunta cabe primeiramente saber o que significa virtude. Para
Platão e Aristóteles esta era entendida como algo muito importante para a
sociedade. Para eles a virtude era algo objetivo que todos os cidadãos deveriam
saber para bem agir. Mas, é preciso enfatizar: a virtude é algo inato ou
construída socialmente? Platão procurou a essência de cada virtude que julgava
importante, já Aristóteles buscava a definição de tais virtudes (justiça,
coragem, prudência, temperança, etc.). Independente da abordagem feita por cada
um deles, o importante é que sabendo a essência ou a definição, a ação virtuosa
ocorria necessariamente. Isto significa que a virtude poderia ser ensinada. Pois,
se alguém não sabe o que é a virtude pode compreendê-la através da razão.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
OS PRE-SOCRATICOS
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