Economia,
desigualdade social, injustiça e
imposição
da mídia para o consumo.
Adam Smith é
considerado uma grande referencia para os estudos de economia. Foi ele, por
exemplo, quem defendeu o liberalismo econômico, fenômeno caracterizado pela
liberdade de mercado e neutralidade do Estado ante os assuntos e decisões
econômicas. A economia consiste na regulamentação de praticas que tem como
principal característica fazer circular o que é produzido pela sociedade, isto
é, pelos cidadãos. Porém, o homem quando opta por viver em sociedade, faz a
opção também de se sujeitar as leis que regem um grupo. É o estado o
responsável por lutar e defender os interesses daquela sociedade. Sabendo
disso, é evidente que o Estado intervenha na economia para proteger o “seu grupo”
os “seus cidadãos”. Portanto, acredito que Adam Smith, apesar de ter dado uma
enorme contribuição para reflexões acerca da economia pode ter se equivocado ao
defender o liberalismo econômico, visto que toda atividade econômica deve ter
ligação com o Estado e mesmo que não seja totalmente controlado pelo menos
aceite algumas intervenções. O liberalismo é extremamente individualista e pode
favorecer um individuo em particular sacrificando os interesses comuns. A
ressalva a ser considerada é que o Estado não pode ser intervencionista ao
extremo e a ponto de comprometer o bem comum, como o fato que foi verificado na
época da cafeicultura aqui no Brasil quando o Estado para beneficiar os donos
de terras comprava café e estoca e depois queimava, visando valorização externa
do produto. Enquanto isso, uma grande parte da população passava fome.
Diante
disso, pode-se dizer que tanto o liberalismo quanto o intervencionismo ao
extremo são prejudiciais à economia “comunitária” e acabam gerando mau
funcionamento e distorções até chegar às desigualdades sociais. Estas existem
desde as civilizações antigas. Porém, com o advento do capitalismo e com a
globalização, ao mesmo tempo em que favoreceu as trocas comercias contribuíram
para a concentração de riquezas. As injustiças sociais vêm acompanhadas de uma
ideologia dominante, que rege a sociedade e manipula as vontades individuas e
coletivas em favor de um pequeno grupo.
Segundo Karl Marx toda sociedade é
feita de contradições e conflitos. Porém, a mudança só virá quando0 a classe
menos favorecida conscientizar-se de seu jugo e unir-se para lutar contra sua
situação de subjugado. Em suas idéias Marx defendeu um materialismo histórico e
dentro deste destacou o papel da economia. Segundo ele a estrutura econômica
era a base para toda organização social (ou superestrutura). A melhor
compreensão para esse materialismo histórico seria entender como funciona a
alienação do trabalho. Neste, o homem trona-se um ser estranho ao seu próprio
esforço e ao produto dele resultado.
Weber
por sua vez tecia uma forte critica a Marx por acreditar que este foi
extremamente reducionista e unilaterista ao reduzir toda a vida social e seus
acontecimentos ao âmbito econômico. Portanto, Weber busca descentralizar a
relevância econômica para diversos setores sociais que estão além da economia
como religião, arte, entre outros.
Para
finalizar vale ressaltar que dentro de todos os aspectos abordados até aqui
verifica-se uma busca desenfreada por concentração de riquezas e bens. A
sociedade capitalista e globalizada cria o mito da inclusão de todos dentro de
uma aldeia global na qual a única regra é consumir. Eric From, filósofo ligado
à escola de Frankfurt, escreveu uma obra intitulada “O ser o e ter” na qual
defende que a sociedade passa por um esvaziamento de sentido, isto é, as
pessoas estão perdendo o sentido de ser e de existir e passam a adotar o
comportamento consumista, segundo o qual o que vale é o ter e não ser. Aliás, o
ter passa a determinar o ser, ou seja, você é aquilo que consome.
Uma das
grandes forças deste movimento de manipulação e de controle é a mídia que
consegue impor fortes ideologias, na maioria das vezes consumistas. O reflexo
de tais acontecimentos é uma sociedade esvaziada de sentido.