segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nietzsche Parte III

Parte III - Continuação...



Nietzsche não se dedicou apenas à reflexão das melhores reações aos problemas, mas também refletiu sobre quais seriam as mais desastrosas. E concluiu que uma das piores era afogar as mágoas. Era contra qualquer forma de consolação e conforto, pois isto amenizaria o efeito positivo da superação. Por conta disso, tinha horror a bebidas alcoólicas. Ele diz: "Os espíritos mais elevados devem se abster da bebida. A água basta". [O termo “espírito” nada tem a ver com a espiritualidade religiosa; por “espíritos mais elevados” compreendem-se pessoas intelectuais.] Criticava também as religiões, em especial o cristianismo; afirmava que ir à igreja era o mesmo que ir ao bar. 
Existem nítidas diferenças entre uma igreja e um bar, mas o que Nietzsche quer demonstrar é que o tipo de consolo oferecido em ambos é o mesmo. Ao entrar numa igreja, você pode sair sentindo-se melhor, mas sua situação continua a mesma, além de amenizar o, já citado, efeito positivo da superação de uma dificuldade. A religião cristã chega a tal ponto que desdenha o desejo, fazendo deste algo ruim e que deve ser evitado. Nietzsche viveu com pouquíssimo dinheiro, além de ter de superar dificuldades, tanto físicas quanto mentais, ao longo de sua vida. Mas não tinha o mesmo comportamento que criticava nos religiosos. Ao contrário, desejava uma saúde melhor, e melhores condições financeiras. E era justamente essa sinceridade que esperava deles.

Segundo a filosofia nietzscheana, as dificuldades que passamos constantemente, nos dão pistas do que pode estar errado em nossas vidas, se observados e refletidos de modo adequado, e podem apontar o melhor caminho para torná-la melhor.

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